História

Qual é o mascote do Palmeiras?

O universo do futebol brasileiro é marcado por tradições, símbolos e paixões que transcendem o campo de jogo. Um desses elementos emblemáticos é o mascote de cada clube, como o mascote do Palmeiras, uma representação visual que carrega consigo a história, a cultura e a identidade da equipe.

No caso da Sociedade Esportiva Palmeiras, dois mascotes desempenham papéis distintos, mas igualmente significativos: o Periquito e o Porco Gobbato.

Periquito: As Raízes na Mata Atlântica no mascote do Palmeiras

O apogeu do Periquito como mascote do Palmeiras remonta a um capítulo significativo da história do clube. Em 1917, a torcida do Palestra Itália, como o time era então conhecido, tomou uma decisão emblemática que não apenas alteraria o visual da equipe, mas também moldaria sua identidade.

Foi nesse ano que o Palmeiras adotou definitivamente o verde como cor predominante em seu uniforme, marcando uma virada estilística que ecoa até os dias de hoje.

O nome “Periquito” foi escolhido como apelido para representar essa transformação. No entanto, essa escolha não foi arbitrária. Ela carrega consigo uma conexão profunda com a natureza, mais especificamente, com os bosques do Parque Antarctica, onde o estádio do clube estava localizado.

Esses bosques eram habitados por inúmeras aves, e entre elas, os periquitos, representantes vibrantes e coloridos da fauna da Mata Atlântica.

Essa decisão não apenas homenageou a exuberante biodiversidade brasileira, mas também solidificou a relação simbólica entre o clube e a natureza.

O Periquito já sendo o mascote

O Periquito, como mascote, tornou-se não apenas uma figura estilizada nos estandartes do estádio, mas um símbolo palpável da conexão do Palmeiras com suas raízes na Mata Atlântica.

Ao longo dos anos 40, durante os tumultuados eventos que levaram à mudança de nome do Palestra Itália para Palmeiras devido à Segunda Guerra Mundial, o Periquito emergiu como um símbolo de orgulho e resistência.

A ave, típica da Mata Atlântica, ganhou força entre os torcedores e os jornalistas esportivos da época, tornando-se um emblema do lema do hino do clube: “que sabe ser brasileiro.”

A utilização do Periquito como mascote transcendeu o âmbito esportivo, transformando-se em uma representação visual que ecoa os valores e a identidade do Palmeiras.

A história do Periquito é, portanto, uma jornada que vai além das quatro linhas, uma narrativa que se entrelaça com a rica tapeçaria cultural do clube e com a majestosa biodiversidade da Mata Atlântica.

Porco Gobbato: Uma Virada Histórica no mascote do Palmeiras

Trinta anos depois da consagração do Periquito como símbolo incontestável do Palmeiras, uma reviravolta histórica ocorreu, marcando a entrada triunfal do Porco Gobbato no panteão de mascotes do clube.

A trajetória do Porco como mascote oficial é uma saga repleta de reviravoltas, superação e, acima de tudo, uma resposta contundente às provocações adversárias.

No início dos anos 80, o termo “Porco” era utilizado de forma pejorativa por torcidas rivais para se referir aos palmeirenses. Essa alcunha, inicialmente ofensiva, tornou-se motivo de reflexão e, eventualmente, de celebração para os adeptos do Verdão.

O então diretor de marketing do clube, João Roberto Gobbato, foi peça fundamental nesse processo de transformação.

Em 1983, Gobbato propôs a adoção da expressão “Porco” como mascote oficial do Palmeiras. Essa sugestão não foi prontamente aceita pelos dirigentes mais conservadores, mas encontrou eco nas arquibancadas e nas torcidas organizadas.

Foi em 1986, durante uma partida contra o Santos, que a torcida palmeirense, de forma uníssona, entoou os gritos de “E dá-lhe Porco, e dá-lhe Porco, olê, olê, olê!”, encerrando, de uma vez por todas, as gozações adversárias.

A resposta foi das palavras

A resposta foi além das palavras. Na partida seguinte, torcedores decidiram levar um porco vivo ao gramado, simbolizando a aceitação e exaltação do apelido antes utilizado de maneira depreciativa. Essa atitude, carregada de simbolismo, consolidou o Porco como uma figura incontestável na iconografia palmeirense.

A consagração do Porco atingiu seu ápice quando a Revista Placar, uma das mais influentes do cenário esportivo brasileiro na época. Estampou em sua capa uma imagem icônica: o meio-campista Jorginho Putinatti, símbolo daquela geração, segurando um porco no colo.

Essa imagem reverberou por todo o país, conferindo ao Porco uma oficialização não apenas nas arquibancadas, mas também na cultura popular.

Trinta anos após essa reviravolta histórica, em 2016, o Porco Gobbato foi oficialmente reconhecido como mascote do Palmeiras.

Sua forma robusta e imponente passou a animar os jogos do Verdão ao lado do Periquito. Unindo duas figuras emblemáticas que representam diferentes capítulos da rica história do clube.

O nome “Gobbato” foi adotado como uma homenagem ao visionário diretor de marketing. Ele ousou transformar uma alcunha ofensiva em um símbolo de orgulho para a torcida palmeirense.

A trajetória do Porco Gobbato é, assim, um testemunho da capacidade de uma comunidade esportiva transformar adversidades em triunfos. Ressignificando identidades e consolidando símbolos que transcendem as fronteiras do futebol.

A Revista Placar e a Oficialização em 2016

O ano de 1986 foi crucial para a consolidação do Porco como mascote. Na mesma temporada em que a torcida adotou o cântico, a Revista Placar, uma das principais publicações esportivas da época. Eternizou o momento em uma icônica capa.

O meia Jorginho Putinatti, símbolo daquela geração, foi retratado segurando um porco no colo, solidificando o mascote na cultura palmeirense.

No entanto, o Porco Gobbato só foi oficializado como mascote do Palmeiras em 2016, quase três décadas após sua adoção informal. Esse reconhecimento formal do segundo mascote evidencia a importância da história e da resistência da torcida na construção da identidade do clube.

A Dualidade na Atualidade: Periquito e Porco Juntos

Hoje, o Palmeiras carrega consigo a dualidade de seus mascotes, o Periquito e o Porco Gobbato. Compartilham o papel de animar a torcida antes, durante e depois das partidas. O Periquito, com suas raízes profundas na história do clube, representa a tradição e o orgulho da camisa verde.

Por outro lado, o Porco Gobbato simboliza a resiliência da torcida, capaz de transformar uma provocação em motivo de celebração.

Essa dualidade reflete a rica tapeçaria cultural do Palmeiras, que se construiu ao longo de mais de um século de existência. A coexistência harmoniosa desses mascotes é um testemunho, portanto, da capacidade do clube de incorporar novos elementos sem perder sua essência.

Uma Identidade em Evolução com o mascote do Palmeiras

Em resposta à pergunta “Qual é o mascote do Palmeiras?”, a resposta não é singular, mas sim uma narrativa entrelaçada de tradição, resistência e evolução. O Periquito e o Porco Gobbato personificam não apenas mascotes. A história viva de um clube que soube se reinventar, mantendo-se fiel às suas raízes.

Esses símbolos não são apenas figuras decorativas nos estádios; são embaixadores, portanto, de uma paixão que transcende o gramado.

A dualidade entre o Periquito e o Porco Gobbato é a representação visual de uma identidade em constante evolução. Uma história que continua a ser escrita pelos jogadores, dirigentes e, principalmente, pelos torcedores apaixonados da Sociedade Esportiva Palmeiras.

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