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Palmeiras descobriu fórmula mágica para encontrar o novo Endrick

Em uma sala de dimensões modestas, localizada no coração da Academia de Futebol do Palmeiras, o auxiliar Carlos Martinho se dedica a desenhos complexos, enquanto é observado atentamente por três profissionais do clube. Esses desenhos, aparentemente caóticos, representam campos de futebol e dúvidas estratégicas da comissão técnica. Esse é o Centro de Ciência de Dados, um novo departamento do clube, criado em 2024 como parte do legado de Abel Ferreira.

O objetivo principal deste centro é utilizar tecnologia e matemática para coletar dados personalizados com três propósitos principais: analisar os adversários, avaliar o desempenho próprio da equipe e identificar possíveis reforços no mercado global. Segundo Cícero Souza, ex-gerente de futebol do Palmeiras e atualmente na CBF, o clube está empenhado em liderar no uso da tecnologia para entender o jogo de futebol de uma maneira única.

“O clube se preparou muito tempo para trabalhar na vanguarda. Quer enxergar o jogo da sua própria forma.”, afirma Cícero Souza.

Até o ano anterior, o Palmeiras adquiria dados de empresas externas, recebendo relatórios padronizados. Agora, o clube adquire apenas os números brutos, enquanto o Centro de Dados se encarrega de processá-los e criar relatórios personalizados para atender às demandas específicas da comissão técnica.

A equipe do centro é composta por Emerson Oki, Tiago Piva e Matheus de Amorim. Eles fornecem análises detalhadas, como a distância percorrida pela bola em cada lance e a qualidade dos passes em termos de progressão e superação de adversários.

Uso dos dados para contratações

O Centro de Dados também está envolvido na busca por reforços, desenvolvendo modelos matemáticos para avaliar jogadores em potencial. Embora ainda não tenha havido contratações diretamente influenciadas por esses dados, o clube está considerando essa possibilidade como próximo passo.

Além disso, o centro contribui para a análise de desempenho do time profissional masculino e explora a possibilidade de expandir seu uso para as categorias de base. Por enquanto, no futebol feminino, ainda não há planos concretos de implementação.

Em resumo, o Palmeiras está construindo uma base sólida de análise de dados para otimizar suas estratégias táticas, identificar talentos e desenvolver um legado de excelência sob uma mentalidade moderna e integrada à ciência. Nesse contexto, o caso de Endrick, que não se encaixa nos modelos pré-estabelecidos para um centroavante, exemplifica o desafio enfrentado pelo Centro de Dados. Foi necessário criar uma “nova posição” para o camisa 9, dada a singularidade de suas características, um processo que está sendo registrado como parte do acervo do clube para orientar o desenvolvimento futuro de jogadores da base.

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